
Do ranking no Google à ‘visibilidade citável’: como SEO e conteúdo evoluem na era da inteligência artificial
Luiz Bernardo, especialista em SEO e conteúdo, fala sobre as estratégias que sustentam crescimento e autoridade no ambiente digital atual
O SEO deixou de ser apenas uma disputa por posições no Google. Para Luiz Bernardo, sócio-fundador da Prosperidade Conteúdos e especialista com três décadas de experiência em projetos de SEO, conteúdo e inbound marketing, o jogo atual é pela “visibilidade citável”.
Com a ascensão da inteligência artificial generativa, presente em recursos como o Google SGE (Search Generative Experience, em português Experiência de Busca Generativa), usuários recebem respostas instantâneas, muitas vezes sem sequer visitar o site que é fonte da informação.
Nesse cenário, marcas precisam provar autoridade, atender aos critérios de E-E-A-T (expertise, experiência, autoridade e confiabilidade), garantir performance técnica impecável e se tornar fonte confiável para modelos de linguagem. Leia a entrevista na íntegra, a seguir.
SEO na era da inteligência artificial generativa
A mudança imposta por assistentes e buscadores baseados em IA traz à tona um novo campo: o Generative Engine Optimization (GEO), que na tradução para o português significa Otimização para Motores de Resposta Generativa. “É preciso estruturar, marcar e promover conteúdo para que os modelos citem a marca como referência”, explica Luiz Bernardo. Isso significa schema completo, FAQs objetivas, dados proprietários, autoridade off-page e monitoramento do tráfego proveniente de IA no GA4.
O mercado digital passou a acumular siglas como AEO (Answer Engine Optimization, que é Otimização para Motores de Resposta), SXO (Search Experience Optimization, ou Otimização da Experiência de Busca, em português) e GEO. Para Luiz, todas convergem para um mesmo objetivo: oferecer a melhor experiência de resposta possível, seja para o usuário humano, para o algoritmo clássico ou para um modelo de linguagem.
O que importa, segundo ele, é entender a intenção da busca, entregar utilidade imediata, construir autoridade com links e menções e apresentar o conteúdo de forma estruturada, com hierarquia clara e dados marcados. “Não é sobre seguir cada sigla nova, mas manter o foco na utilidade, legitimidade e estrutura que facilite a vida de quem busca e de quem indexa.”

Conteúdo útil como ativo estratégico
Nesse contexto, o marketing de conteúdo se mantém como motor de crescimento orgânico, desde que orientado por dados e distribuído de forma inteligente. Luiz cita o case do Banco PAN como exemplo: crescimento de 1.141% no tráfego orgânico em um ano, com economia superior a R$ 5 milhões em mídia paga. O diferencial está no uso de clusters semânticos, conteúdo multimídia, distribuição omnicanal e atualização constante baseada em insights de busca e comportamento.
Para ele, vivemos uma era em que “conteúdo útil” se consolida ainda mais como ativo estratégico. Útil significa resolver problemas, não apenas acumular palavras-chave. Isso exige pesquisas próprias, dados inéditos, guias práticos e formatos que favoreçam citação, como listas, tabelas e FAQs.
Com a proliferação de textos genéricos criados por IA, marcas precisam cultivar voz própria, exemplos locais e pontos de vista originais, sempre sustentados por dados exclusivos. “A produção pode começar com IA, mas o refinamento é humano. É no polimento que o conteúdo ganha autoridade, frescor e relevância contínua”, explica.

O que marcas devem perguntar às agências
A postura crítica de Luiz também se estende à relação entre empresas e agências. Segundo ele, decisores de marketing frequentemente se concentram em prazos, volumes e relatórios, mas deixam de questionar aspectos estratégicos.
Perguntas como “Como você vai monitorar e otimizar minha aparição em respostas geradas por IA?” ou “Qual é o plano para capturar e usar dados primários que gerem conteúdo citável e inédito?” deveriam ser prioridade.
Ele defende também metas claras de ganho de autoridade, como menções qualificadas em veículos de alto Domain Authority, e planos para lidar com a queda inevitável de tráfego oriundo de resultados zero-click, quando a resposta é entregue pelo próprio buscador e o usuário não precisa acessar o site (algo cada vez mais comum na era da IA). “Esse tipo de questionamento revela se a agência é parceira tática ou estratégica”, complementa.

Metodologia da Prosperidade para previsibilidade e performance
Na Prosperidade, a jornada com cada cliente começa com um diagnóstico 360 graus que avalia saúde técnica do site, lacunas de conteúdo e sinais de autoridade. A partir daí, a equipe aplica metodologia própria de clusters semânticos, definindo temas e subtemas de acordo com a intenção de busca e os objetivos de negócio.
A execução é full-funnel, unindo produção otimizada para SEO e GEO, PR digital para ampliar alcance e link equity e CRO para transformar audiência em leads. Casos como o do Banco PAN, com crescimento de quatro dígitos no tráfego orgânico e redução expressiva de CAC, demonstram a consistência do método.
Passos essenciais para repensar a estratégia digital
Para empresas que repensam a estratégia digital, Luiz elenca prioridades: iniciar por uma auditoria de intenção de busca, abrangendo tanto as SERPs tradicionais quanto assistentes de IA; corrigir a base técnica, com atenção a Core Web Vitals, dados estruturados e acessibilidade; e só então criar um calendário de conteúdo preparado para GEO, com tópicos em clusters, formatos para snippets e voice search, pesquisa própria e um plano rigoroso de distribuição e monitoramento, inclusive de tráfego vindo de respostas de IA.
A próxima grande oportunidade no marketing de conteúdo
Olhando adiante, Luiz Bernardo aposta na transformação do conhecimento corporativo em fontes treináveis para modelos de linguagem. Isso envolve dados estruturados, estudos setoriais, whitepapers com metodologias abertas e até pequenos datasets disponibilizados via API.
“Quem se tornar referência nos datasets dos assistentes de IA vai capturar visibilidade orgânica sem custo por clique e com barreira alta de replicação”, afirma. Para ele, o investimento em profundidade analítica, marcação semântica rigorosa e atualização contínua transforma o conteúdo em ativo patrimonial, capaz de gerar autoridade, leads e insights com efeito composto ano após ano.
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