Branding Elevado à Arte: o que aprendi com Caio Amato, o brasileiro que transforma inovação em pertencimento
Masterclass trouxe visão de Caio Amato, presidente global da Oakley, sobre propósito, emoção e força das marcas
Índice
- O método P.S.A. da Oakley: storytelling elevado à arte
- P (problema) – Defina o Problema
- S (solução) – Ache a Solução
- A (arte) – Embrulhe em Arte
Poucas pessoas me inspiraram tanto quanto Caio Amato, Presidente Global da Oakley & Sports Hub na EssilorLuxottica, o maior grupo de lentes e ótica do mundo.
Além de ser brasileiro (com orgulho e bom humor se intitula um “legítimo vira-lata caramelo”), Caio foi recentemente reconhecido pela Vogue Business como um dos 100 maiores inovadores globais entre uma seleta lista de líderes que transformam os setores de moda, tecnologia e negócios.
Não é difícil entender por quê: ele foge do estereótipo do executivo padrão ao se despir de códigos sociais e corporativos e ainda une tecnologia, design e emoção de um jeito que transforma produtos em experiências humanas.

Morar na Itália, onde lidera a estratégia mundial da Oakley, não o afasta do Brasil. Durante as últimas semanas em que esteve no país, Amato participou de eventos relevantes como o painel “Quando a torcida vira negócio? O segredo não está no placar, mas no pertencimento”, no RD Summit, e também no G4 Valley, evento da G4 Educação, no qual inspirou empreendedores com sua visão sobre liderança e inovação.

Participar da masterclass “Branding Elevado à Arte – A Arquitetura do Branding do Futuro”, ministrada por ele, foi um divisor de águas para mim — como fundador da Prosperidade Conteúdos, uma agência que acredita que toda marca relevante nasce de uma boa história bem contada. Amato reforça que branding é, antes de tudo, conexão humana.
Como ele disse logo no início:
Marketing é conexão humana.
O método P.S.A. da Oakley: storytelling elevado à arte
Amato apresentou um framework simples e funcional: o P.S.A., que resume o poder do storytelling estratégico.
P (problema) – Defina o Problema
Um bom problema nasce quando descobrimos uma tensão humana.
“A humanidade convive com convenções históricas sem se questionar”, provocou Caio.
A pergunta que ele faz à sua equipe é: “Qual é a verdade universal que podemos quebrar?”
Essa provocação é o primeiro passo para criar algo que realmente desafie o senso comum.
S (solução) – Ache a Solução
A solução precisa ser única e responder de forma simples como a ideia muda a vida das pessoas.
É aqui que entra o sistema límbico, parte do cérebro ligada às emoções.
Uma campanha só é boa quando toca o emocional, quando a razão dá lugar ao sentimento.
A (arte) – Embrulhe em Arte
O produto deve ser esteticamente coerente com o público.
A arte não é um enfeite: é o que dá alma à ideia.
É o invólucro da emoção, o que faz a marca ser lembrada, desejada e defendida.
Quanto mais um benefício se move do racional para o emocional, maior é o poder da marca.
Inovação com alma: o jeito Oakley de pensarNa Oakley, 85% da produção é voltada à massa, mas os 15% focados em inovação são o que mantém a marca viva, pulsante e à frente do tempo. Amato contou como a marca lança produtos que unem tecnologia e emoção.

Ao apresentar os novos óculos com inteligência artificial e câmera integrada, por exemplo, ele não fala de especificações técnicas:
Chamamos de amplificadores de potencial humano, que captam a vida sem interromper o momento, a experiência das pessoas.
Essa frase sintetiza o conceito de inovação com alma.
A tecnologia deixa de ser ferramenta e passa a ser extensão da experiência humana.
A lei da adoção de inovação e o papel do pertencimento
Um dos pontos mais marcantes da masterclass foi a explicação sobre a Curva de Adoção da Inovação. Amato lembrou que 97% das inovações não se tornam universais, justamente porque falham em criar conexão emocional. A inovação só se populariza quando gera pertencimento.
As pessoas não compram mais produtos ou serviços. Elas compram pertencimento.
O presidente Global da Oakley citou exemplos como o do rapper norte-americano Travis Scott, que transforma emoção em produto e cultura, e Adidas Runners, que levou fotógrafos profissionais para registrar corridas de amadores, tornando cada pessoa parte da narrativa da marca.
São ações simples, mas profundamente simbólicas: fazem as pessoas sentirem-se dentro da história.
Liderança com empatia e propósito
Outro momento inspirador da masterclass foi quando Caio falou sobre liderança. Amato explicou que o líder precisa atuar em três níveis: físico, intelectual e emocional. Citou o lendário Phil Jackson, ex-técnico que conquistou seis títulos da NBA. Jackson tratava cada jogador do Chicago Bulls de um modo diferente para extrair o melhor de cada um, inclusive Michael Jordan, cuja performance era ainda melhor quando era provocado — dentro e fora das quadras.
O executivo brasileiro da Oakley deixou ensinamentos sobre gestão:
- 50% da responsabilidade é sua. Antes de culpar alguém, pergunte o que você poderia ter feito melhor.
- Draw the line. Trace uma linha clara entre o que é prioridade e o que pode ser negociado.
- Pessoa certa, mesa certa, tempo certo. Talento precisa estar no lugar e no momento certos para florescer.
Esses princípios servem tanto para liderar pessoas quanto para conduzir marcas.
São lembretes de que performance sem empatia não sustenta cultura, e cultura sem propósito não cria futuro.
O futuro do branding é humano
Amato reforçou um propósito poderoso da Oakley:
Nós não prevemos o futuro. Nós o criamos.

E é exatamente isso. O futuro das marcas não está nas previsões de mercado, mas nas conexões que elas constroem hoje. O branding do futuro será feito de propósito, estética e empatia, não de slogans.Saí dessa experiência com a convicção de que branding é o que as marcas fazem e as pessoas sentem.
E é justamente isso que buscamos construir todos os dias na Prosperidade Conteúdos: ajudar marcas a transformar conteúdo em pertencimento e estratégia em emoção.
